segunda-feira, 7 de março de 2011

{Divagando} Quando fui criança




Hoje quando olho meu primo de 9 anos, e suas brincadeiras paro e penso como as coisas mudaram. A primeira coisa que ele faz é ter certeza que a televisão esta no canal Discovery Kids, depois ele pega o notebook e já sabe exatamente os sites que ele quer entrar para jogar, ver vídeos, ou qualquer outra coisa que as crianças gostam de fazer em um computador. Pega o Playstation 3 coloca  um joguinho qualquer de luta e de tentar matar alguém.



Como as coisas mudaram tanta desde a época em que eu era criança (e olha que nem faz tanto tempo assim!)

As vezes, quando paramos para pensar e observamos ao nosso redor vemos como as coisas mudaram.  O que me inspirou escrever este texto foi o fato de ter saído com a minha amiga para comprar um presente para o irmão dela, acabei relembrando passagens da minha infância que hoje eu já não vejo mais.

Passeando pela loja de brinquedos, ahhh como eu adoro loja de brinquedos!!! Parei em frente a um corredor vazio, não havia ninguém, nenhuma criança, nenhum pai procurando presente para  filho. Nada.



O corredor de jogos de tabuleiro. Sim!!! Jogos de tabuleiro!
De todos os tipos, para todos os gostos, alguns continuavam os mesmos, outros foram evoluindo com o passar dos anos, mas a essência se mantinha a mesma.

Quem que tem mais ou menos a minha idade nunca passou uma noite com os amigos jogando jogos de tabuleiro?

Durante boa parte da minha infância, incluindo quando eu morei e Florianópolis e também já aqui em São Paulo, reuníamos os amigos mais próximos, vizinhos na maioria. Já que eu fui da época em que eu brincava na rua com os vizinhos da mesma idade (coisa que hoje em dia é quase impossível principalmente aqui em São Paulo), cada final de semana na casa de alguém, cada semana um jogo diferente. Pegávamos muitas guloseimas, refrigerantes, salgadinhos; abríamos espaço na sala, sentávamos no chãos em roda e devamos inicio ao jogo.

Que jogos?

Quem nunca jogou Banco Imobiliário, se reunia em torno do tabuleiro, contava aquelas cédulas de dinheiro de mentirinha e fazíamos a festa comprando e vendendo imóveis. Jogando os dados, contando e contando mais dinheiro. Eu particularmente tinha uma paixão por aquelas notas. Tenho certeza que todo mundo já jogou banco imobiliário pelo menos uma vez na vida. Como que um tabuleiro amarelo com o nome de algumas ruas conhecidas pode nos prender por tanto tempo. E para surpresa geral,o jogo evoluiu conosco. Que deleite o meu ao ver na loja o Banco Imobiliário edição de luxo com direito a máquina de cartão de crédito, nada de dinheiro em papel, o mundo evoluiu e o jogo também! Vou dizer que minha mão ficou coçando para comprar o jogo e foi por pouco que não saquei meu cartão de crédito da bolsa e comprei o jogo.

A cada passo que eu dava no corredor via um jogo que fez parte da minha vida. WAR com suas incríveis estratégias de guerra, o famoso Jogo da Vida e o inesquecível Detetive e seus crimes misteriosos, lugares mais inusitados.



Ai que saudade que dá, e tristeza ao mesmo tempo saber que as crianças de hoje em dia não estão aproveitando a mesma coisa que nós quando éramos mais novas. Fiquei agora com necessidade de tirar os jogos de cima do guarda-roupa e chamar o meu primo lá do começo da história para jogar.

Isso sem contar os outros inúmeros brinquedos que ao longo do tempo estão sedo relegados ao esquecimento. Que meninas, hoje, você vê brincando de Barbie? E os meninos? Eles não sabem o que é um peão, ou como se joga bolinha de gude. Os tempos mudaram, completamente.




Muitos dizem que o novo ritmo de vida das famílias e o medo da violência, impede que a nova geração aproveite aquilo que nós tivemos oportunidade. Brincar de Barbie, jogos de tabuleiro, pega-pega na rua, rouba-bandeira, queimada entre outras tantas brincadeiras, as vezes simples, as vezes educativas.

O que começou com um texto em que iria falar somente das minhas saudades pelos jogos de tabuleiro, esta se tornando uma divagação sobre o novo modo de vida das crianças. Fico triste quando penso que o que as crianças mais querem hoje é um vídeo-game, um celular ou um iphone. Realmente os tempos mudaram, e nós acabamos mudando com eles.

Thaís

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