quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

[DRD] Persuasão de Jane Austen


Toda vez que uma resenha começar com DRD, será a abreviação da resenha do livro para o Desafio Realmente Desafiante promovido pelo blog Silêncio que eu to lendo. E nada melhor do que começar com o pé direito.

Para não dizer que deu quase tudo errado, vamos dizer que quase dei um jeitinho para cumprir a meta desse mês. Tudo aconteceu porque eu me empolguei com o desafio e não olhei as coisas direito. Já explico por que.

Mas, no mês que o lançamento de Orgulho e Preconceito faz 200 anos, nada melhor do que que inciar com a minha amada rainha do romance.

O desafio cumprido é:

7. Ler um livro que é citado em ouro livro. 

Então vamos lá. No livro The Viscount who loved me da minha amada Julia Quinn, há a seguinte passagem:

"- Edwina tem uma novela para ler. A última dessa tal Austen. Nem sequer saberá que  partimos."

Logo pensei em Persuasão, que foi o ultimo livro de Jane Austen lançado, postumamente inclusive. E finalmente iria me aproveitar para ter um motivo para ler meu mais que lindo Box de livros da Jane Austen. O problema foi que depois de ler o livro, e reler o livro cuja houve a citação, percebi o meu erro. O livro da Julia Quinn se passa em 1814 e Persuasão foi lançado em 1817, o que só pode significar que Edwina estava lendo Mansfield Park, que foi lançado exatamente no ano em que se passa o livro. Ou seja, acabei lendo o livro errado. Mas a a gente releva, por que eu tenho certeza que Persuasão já foi citado em algum livro por aí.

Ler Jane Austen é sempre um prazer, mas para a minha vergonha é um prazer que tive somente com Orgulho e Preconceito, que já li tantas vezes que decorei milhares de partes. Por isso Persuasão foi uma espécie de ar fresco, mais uma história para o Hall de melhores romances, aliados com a maravilhosa critica que Jane faz a sociedade londrina, e principalmente neste caso a aristocracia falida.

Quando era mais jovem, Anne Elliot se apaixonou pelo capitão Frederick Wentworth, mas ao matrimonio entre os dois não foi aprovado nem pelos pais da moça nem pela sua melhor amiga. Anne era filha de um Barão, pertencente a nobreza e o capitão Wentworth era somente um militar sem muitas posses. Assim Anne é persuadida a declinar o pedido.
Anos depois, uma apagada Anne tem sua vida revirada com a volta do capitão, agora ela o reecontra, mas é obrigada a vê-lo cortejar sua vizinha Louisa Musgrove, ao mesmo tempo que tenta reavaliar seus sentimentos por ele.

Este livro é o mais curto de Austen, e talvez seja por isso que senti falta de ouvir um pouco mais dos sentimentos de Anne. Mas a história é simples e ao mesmo tempo tocante, em meio a um relacionamento mal resolvido, permeiam os diversos personagens secundários bem desenvolvidos. A escrita ironica de Austen continua presente, e a retratação tragicomica da familia de Anne que vive num mundo ditado pelas aparencias é demonstrado em cada parte do livro.

Também senti uma ampla conexão com Anne, que não tem baixa estima, mas sofre com a sua constante eficiencia em tratar os assuntos, mas principalmente em esconder os seus reais sentimentos dos outros. Ao mesmo tempo me encantei pelo Capitão, mesmo com os seus erros ao longo do livro. Lógico, que também não podemos esquecer do antagonista, que aparece em meio a história mostrando o seu verdadeiro carater, ou a família extremamente futil de Anne.

Resenhar Jane Austen é extremamente difícil  porque gostar da sua escrita é algo muito particular, e dificil de se ler, um gosto que não se adquire na primeira leitura. Como sempre há a constante critica a sociedade britânica e a seus status, ao mesmo tempo que tenta-se mostrar que no final tudo pode dar certo, com o romantismo que só Jane Austen tem o poder de nos dar.

Para vocês, aprendam o que é declaração de amor com o Capitão Wentworth:

Atenção! Pode conter spoiler, mas eu não resisti.

"[...] Anne trespassa-me a alma. Sinto-me entre a agonia e a esperança. Não me diga que é muito tarde, que sentimentos tão preciosos morreram para sempre. [..] Não diga que que o homem esquece mais depressa que a mulher, que o amor dele morre mais cedo. [...] Posso ter sido injusto, posso ter sido fraco e rancoroso, mas nunca inconstante. [...] Os meus pensamentos e planos são todos para si. Não reparou nisso? Não se apercebeu dos meus desejos? [...] A todo momento ouço algo que me emociona. Anne baixa a voz mas consigo ouvir os tons dessa voz, mesmo quando os outros não conseguem. Criatura muito boa, muito pura! Faz-nos de fato justiça, ao acreditar que os homens são capazes de um verdadeiro afeto e uma verdadeira constância. Creia que esta é fervorosa e firme [...].
Persuasão, pg. 129

sábado, 26 de janeiro de 2013

Belle de Lesley Pearse


*Atenção: Contém spoilers do livro. 

Nem todo mundo gosta de saber de antemão o que encontrará nas páginas de um livro. Muitas pessoas gostam da surpresa ou do suspense de não saber como a história se desenrolará e nem que rumos os personagens terão. 

Mas ao ler livros sempre do mesmo autor, voce acaba percebendo semelhanças entre as histórias e encontra um certo padrão, o que faz com que voce tenha algo a esperar da história e saber se há a possibilidade de o livro terminar bem. 

Certo dia na bienal do livro de SP ano passado, resolvi comprar dois livros, pois me indicaram como boas leituras. Sai da Bienal então com Roubada e Belle da autora Lesley Pearse. O primeiro livro que encarei a leitura foi Roubada, na qual eu não resenhei, por que perdi o "time" da resenha, mas com a leitura eu percebi os principais elementos da escrita de Lesley. 

Sabendo que Roubada foi um drama para lá de complexo, cheio de tramas e muito drama psicológico eu resolvi retardar a leitura de Belle o máximo que podia para estar mentalmente preparada para este livro. Coisa que venho fazendo com A culpa é das estrelas desde agosto, ainda não criei coragem para ler. 

Mesmo com o livro aqui na minha estante, e lendo várias resenhas positivas do livro eu esperei 5 meses para ler o livro, e sinto que mesmo assim não foi tempo suficiente para me preparar para o que eu encontraria nas mais de 500 páginas do livro. 

Eu achava Roubada um livro forte, com uma personagem corajosa que sofreu muito na vida e ao longo da história, mal sabia eu que Belle seria um livro para testar todos os meus nervos e principalmente a minha crença de que as pessoas podem ser boas, e que sim, podemos ter fé na humanidade. 

Eu sou 100% livros de finais felizes, e por isso meu genêro favorito são os romances, principalmente os históricos. Eu sei o que eu vou encontrar nas páginas dos livros, eu tenho certeza que eu vou me entreter com cada linha de leitura e que ao final do livro eu estarei feliz. Um dos meus maiores prazeres em ler é justamente poder me descolar da realidade e saber que na imaginação do autor tudo é possível, saber que tudo pode acontecer, que podemos ter fé nas pessoas e principalmente a garantia de que o livro não vai me deixar pior do que eu já estou. 

Eu não quero ler livros sobre tragédias, abusos, violência e todas essas coisas que eu só preciso ligar a televisão em um jornal local e  ver que isso acontece na realidade. Também não quero ler livros que me lembrem coisas tristes da minha vida, como a morte de entes queridos, a violência que vejo nas ruas e na televisão. Por mais que por trás dessas tragédias tenham personagens fortes, exemplos de sobrevivência e de crer que voce tem que guardar esperanças até o ultimo momento. Quero de alguma maneira encontrar esperanças na minha leitura, de que de uma maneira ou outra as coisas podem dar certo. 

Eu já li muito livros reais, dramáticos, tristes, histórias baseadas em fatos reais entre outros... mas a minha opção de ler sempre livros que me deixem feliz, vem simplesmente de um desejo pessoal de me descolar da realidade e poder dar azas a minha imaginação e principalmente não me deixar em uma posição mais vulnerável do que aquela que já estou. 

Mesmo sabendo disso encarei a leitura de Belle, sabendo que o que encontraria no livro me deixaria mal. Mas não resisti ao impulso de deixar mais um livro "encalhado" na minha estante. 

Ao término da leitura de Belle, o único sentimento que tive foi de perca de fé na humanidade. Pensar em como os homens podem ser ruins e sem escrúpulos como as pessoas agem simplesmente por interesses e que passam por cima de todos para conseguir o que querem. 

Logo nas 100 primeiras páginas do livro já senti que o negócio seria tenso, que não haveria brechas para que coisas boas acontecessem. Belle é uma sucessão de “tragédias”, ou simplesmente horrores da vida. O subtítulo do livro é “É preciso ter coragem para perder a inocência”, e realmente é preciso ter muita coragem, até mesmo para conseguir ler o livro até o final. 

Por diversos momentos eu parei de ler o livro, porque simplesmente não conseguia continuar, era muito sofrimento para uma personagem só, muita gente ruim cruzando o caminho dela, uma atrás da outra. Cheguei ao cúmulo de perder algumas horas de sono pensando nesta trágica história, porque o que li nesse livro não é muito longe do que acontece na realidade. 

Numa das cenas desse livro, Belle é drogada e abusada continuamente por uma série de homens, loucos por sua juventude, e logo não foi nada difícil para mim associar isso aos estupros coletivos que ocorrem na Índia. Saber como os homens são mesquinhos, simplesmente me deu nojo, muito nojo. 

Pensei em para o livro lá pela metade, quando finalmente Belle encontrou cerca de 10 páginas de paz, depois de ter sido estuprada, vendida para um bordel e sendo obrigada a se prostituir ela finalmente achou ter encontrado algo de bom ao se submeter a ser amante de um homem. Fui forte e segui em frente, para encontrar mais 250 páginas de mais tragédia. Aprendendo que não se deve confiar em ninguém. 

Belle vê sua vida virar de ponta cabeça novamente, quando seu amante morre, ela é obrigada a sair fugida dos EUA e embarca para a França, onde é novamente enganada por pessoas que ela considerava boas. Quando as coisas voltam a ficar quase boas, novamente tudo desabada na cabeça de Belle , e eu pensava, “Esse martírio não terá fim?” 

Porque toda vez que Belle estava quase a caminha da sua quase felicidade algo pior acontecia, inclusive quando ela finalmente conseguiu voltar para Londres. 

E o final querido leitor, você deve estar se perguntando. Para conseguir terminar o livro eu tive que fazer algo que repudio fazer: ler a última página do livro. Se eu lesse ali (no livro), algo que me fizesse acreditar que algo pior do que já tinha acontecido com Belle se realizasse, eu simplesmente desistiria do livro, por que nem eu sou tão forte assim. 

Bom querido leitor, o final é feliz. Mas não é uma felicidade ampla, um feliz muito morno para tanto sofrimento ao longo do livro, mas logo percebi que Lesley não escreveu essa história toda para chegar na ultima página e resolver tudo com um “felizes para sempre”. 

Então você se pergunta se eu indicaria esse livro para alguém, eu eu digo com certeza que sim. E é por isso que dei 5 estrelas para o livro no Skoob. Não é porque eu odiei o livro por ser uma sucessão de tragédias que não identifiquei os méritos de uma história bem escrita, com detalhes que demonstram uma ampla pesquisa história e física de vários lugares, porque o livro se passa no início do século XX, e além disso ao autora te prende completamente da trama te impedindo de parar a leitura, de maneira que poucos conseguem fazer. É um livro para que gosta de um choque de realidade e que não se importa de ler histórias que poderiam ser mais que verídicas, que mostram mulheres fortes, que aprenderam com os casos da vida. Aprenderam a sobreviver, a se virar, a não confiar nas pessoas, mas acima de tudo a nunca perder as esperanças. 

Agora, se voltarei a ler outro livro de Lesley Pearse, a resposta é categoricamente, NÃO. Não irei, e nem quero pegar em outro livro desta autora, cuja as histórias são demasiadas tristes para meu pobre coração romântico. Ler Roubada e Belle foi suficiente para testar todos os meus nervos e ver que não sou masoquista. Irei voltar para meus bons e velhos romances.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Desafio Realmente Desafiante 2013




Este ano que a faculdade acabou, finalmente posso voltar a participar de alguns desafios de leitura. Por coincidência o novo desafio do Blog Silêncio que eu to lendo, da Clicia, veio a calhar.

Com uma estante entulhada de livros, e com a mudança de casa que eu fiz eu pude organizar todos os meus livros, tentando fazer com que caibam nos espaços limitados enquanto eu não resolvo fazer o quarto planejado. Em um pequeno "inventário" que andei fazendo contabilizei:

Livros na estante: 258
Livros não lidos: 72

* Isso sem contar os livros que estão no Kobo, de 247 eu só li 8!

Ou seja, minha mãe esta com toda a razão quando diz que eu devo parar de comprar livros e começar a ler os que estão na minha estante. E era isso mesmo que eu estava planejando para 2013! Tentarei comprar somente o essencial, livros que quero muito ler, como continuações de séries como Indigo Speel e The Elite.

Então unindo o útil ao agrádavel, resolvi participar este ano do desafio!

Então bora lá ver como é o desafio!




- Ler somente livros que tenham sido comprados/ganhados de 2012 para trás. Você não poder ler NADA que tenha ganho ou comprado em 2013!!


Eu vou colocar 18 desafios, deles 12 devem ser cumpridos no mínimo Porém você pode escolher o mês que vai realiza-los! O importante é cumprir 12 desafios. Você pode fazer um por mês, mas se quiser também pode fazer mais rápido e terminar o desafio antes do tempo! Ou fazer mágica e fazer os 18! XD

Atenção: um livro para cada desafio, ok?
Vamos lá?

Em negrito estão os desafios que pretendo cumprir, porque foram os livros que encontrei em minha estante sem problemas.

1. Ler um livro que você ganhou, não gostou muito e ficou na prateleira.
2. Ligar para um amigo, ou mandar uma mensagem no face, e pedir uma indicação de livro! Se você não tiver o livro, NÃO VALE COMPRAR, peça emprestado.
3. Ler um livro com um doce na capa.
4. Ler um livro com um casal apaixonado na capa.
5. Ler um livro que o autor tenha a mesma inicial que a sua. - Não achei sem chance! =/
6. Peça para alguém olhar na sua estante e escolher um livro a muito esquecido.
7. Ler um livro que é citado em ouro livro. (Por exemplo: A Bella em crepúsculo cita "O morro dos Ventos Uivantes"
8. Ler um livro que foi lançado no ano do seu nascimento. (Estou repetindo porque quero tentar de novo!) - No way!
9. Ler um livro cujo título tenha mais de 5 palavras.
10. Ler um livro que tenha entre 300 e 350 páginas.
11. Ler um livro nacional.
12. Ler um livro que você ganhou de presente de aniversário.
13. Ler um livro com a capa entre bege e marrom.
14. Ler um livro de zumbis.
15. Ler um livro com a capa feia. ( E explicar o porque não gosta da capa!)
16. Re-ler e resenhar um livro que leu a muito tempo e nunca resenhou!
17. Ler um livro que tenha um personagem com o seu nome ou que tenha o mesmo apelido que você.
18. Ler um livro com a capa com letras amarelas.

Temos um ano para completar esse desafio!


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