sábado, 20 de outubro de 2012

A revolta do cabelo

Há coisas que toda mulher presa nessa vida. A vaidade.



Não podemos negar que temos isso em nossa natureza própria, e não adianta dizer que existem mulheres que não o são. Mesmo nos pequenos atos, pode haver um pouco de vaidade, que não necessariamente indica cuidados com a beleza, mas também pode ser na maneira de interagir.

Não irei negar que sou uma pessoa vaidosa, mas também não o sou excessivamente. Esta semana de saco cheio da faculdade (não era, mas eu me dei), resolvi fazer algo que não faço há algum tempo por um simples motivo.

Cortar o cabelo!

Mas.....



Ninguém sabe cortar cabelo nesta cidade!


Há uns quatro anos venho prolongando ao máximo ir no cabeleireiro, porque sempre me decepciono cada vez que saio de um salão. Conversava com minha amiga essa semana, e chegamos a seguinte conclusão.

Cabeleireiros estão em extinção!

Sim! Veja bem, se voce costuma ir ao salão com certa frequência, irá perceber que o que menos se faz nesse santuário da mulher é cortar o cabelo. Os cabeleireiros sabem pintar, fazer luzes, reflexos, tratamento, escovas marroquinas, espanholas francesas ou qualquer outro nome que se dê atualmente para a escova progressiva. Enfim, sabe-se fazer todo o tipo de química  mas a função básica, a de cortar o cabelo foi deixada de lado. 


Não julgo ninguém com isso, é obvio que fazer todas esses serviços dá mais lucros do que simplesmente cortar o cabelo. Essa é a lei do mercado, afinal de contas todos estão em busca da maximização do lucro. Acontece que acha digno, que os cabeleireiros saibam no minimo cortar o cabelo de vez em quando, o que infelizmente não acontece.

Mesmo com esse pensamento em mente, eu sentia que tinha que cortar o cabelo. Por que das ultimas 3 vezes que eu fiz isso, 2 fiz em casa por desacreditar na capacidade do mercado. Desta vez eu resolvi tentar um novo salão, e por isso este post é dedicado a escassez de bons cabeleireiros.



- O que voce lerá a seguir são fatos reais, e podem conter cenas chocantes.

Veja bem, cortar o cabelo se torna uma necessidade quando voce tem o cabelo quase na cintura. Olhar constantemente para as pontas duplas de seu cabelo pode dar nos nervos as vezes. Além disso, olhar no espelho todos os dias e simplesmente não ter o que fazer com o seu cabelo pode te irritar. Por isso decidi que iria voltar para a cadeira do salão, simplesmente não daria para improvisar novamente cortando o cabelo no banheiro de casa (que aliás já ficou muito melhor do que alguns lugares que eu já fui).

Meu cabelo não é dos mais complicados de se fazer algo, ele é bem liso na raiz e um pouco ondulado nas pontas, com varias luzes feitas pela minha cunhada, que não é cabeleireira  mas que todas as vezes que ela fez ficou melhor do que a única vez que resolvi fazer luzes no salão. Por isso confio meus fios à ela, mas infelizmente ela não sabe cortar cabelo. Enfim, o corte dele também não é o mais complicado, ele é repicado (e não era para rimar), cortado em V e com franja longa de lado. Aliás eu uso o meu cabelo de lado (da esquerda para a direita) há uns 7 anos, e veja bem este é um fato importante neste relato.

Com indicação da minha querida amiga, fui cortar o cabelo em um novo lugar, na qual ela disse que era bom. E nunca, mas nunca sai tão revoltada. Porque?

Fato 1: Não olhar a textura do cabelo


Olhar o material na qual se ira trabalhar é imprescindível, e sim! o cabelo é o material de trabalho do cabelo. Portanto o profissional deve olhar o cabelo e saber se o corte que o cliente irá pedir é coerente com o tipo de cabelo que a pessoa tem. Isto é a primeira coisa que me deixa decepcionada nos salões, porque poucos fazem isso. Por isso pegar voce e te mandar direto lavar o cabelo já tira a credibilidade do profissional.



Fato 2: Não ouvir o cliente

Não te perguntar como voce usa o cabelo, ou o que prefere. Como dito anteriormente, eu uso o meu cabelo de lado, ALWAYS, e expressei isso para a dita cuja criatura que estava cuidando do meu cabelo. "Moça, eu só uso o meu cabelo de lado, por isso quero que corte ele para ser usado sempre assim." O que lógico não adiantou nada, porque ela logo foi dividindo o meu cabelo no meio. Mas ai eu relembrei-a do meu desejo.

Fato 3: Cortar cabelo milimetricamente

Ou seja, dividir, dividir e cortar cada camada como se estivesse cortando tudo em linha reta. Com tal cuidado que acho que se sair um pouco da linha a pessoa surta. Eu sou fã das pessoas que simplesmente pegam o cabelo e o CORTAM sem medo! Nada de ficar com medinho, como se tirar mais de um dedo deixe a pessoa careca.

Fato 4: Não saber repicar o cabelo



Que é o corte que sempre peço, porque eu ainda acalento o desejo de deixar minhas ondas iguais a da Gisele hahaha. De vez em quando até fica parecido. Acontece que as ultimas 5 vezes que fui ao salão ninguém soube repicar de maneira descente, para que ficasse parecendo repicado. Apesar dos dizeres: "Eu gosto do cabelo bem repicado, então pode repicar bastante", o resultado sempre sai o mesmo. Repicado nas pontas. 

Fato 6: Não saber cortar a franja

Veja bem, uma vez um fui num cara. Num salão superchic e paguei um fortuna, mas o cara SABE cortar o cabelo. Foi u único que me deixou satisfeito ao final do corte. E também foi o que disse: "Olha, voce usa a franja para a direita, então eu vou cortar para a esquerda e desfia-la [...] para que voce possa usa-ça para o lado direito". Eu não acreditei no momento, mas não é que deu certo.
Lembra-se quando disse que sempre uso o cabelo de lado? Disse que queria a franja de lado no começo da conversa. Então me diz POR QUE a criatura cortou minha franja abaixo do nariz (como eu pedi), mas cortou-a RETA. Me explica isso? O que que eu faço com uma franja reta abaixo do nariz se eu uso o cabelo de lado?

Fato 7: Não reconhecer os tipos de cabelo

Eu não costumo fazer escova no cabelo, porque ele simplesmente fica muito .... liso e também nunca fica com o aspecto da escova. Ou seja se eu escovo para dentro ele acaba ficando para fora e vice e versa. Na hora de escovar o cabelo, sabe-se qual o seu tipo de cabelo, porque ele simplesmente esta molhado. Não dá para enganar ninguém. Mas eis que surge o seguinte dialogo.

Dialogo 1:
"Ela: Voce fez suas luzes com toca?
Eu: não, minha cunhada faz com papel alumínio."

*cri cri cri*

Eu que não sou nenhuma profissional sei a diferença entre luzes feitas com touca e com papel

- Continua escovando o cabelo

Dialogo 2: 
"Ela: Nossa o seu cabelo é tão liso, é progressiva?
Eu: (Soltando fumaça pelo nariz) Não é natural e não tem química nenhuma*."

*Não conto luzes como química exatamente, porque eu o faço da pior maneira possível  Oxigenada + Pó descolorante e já era. Nada de tonalizante.

Enfim, de todas as cagadas ao longo do processo. Nada. NADA me irritou mais, do que falar que meu cabelo tinha progressiva. Isso realmente mexeu com o meu ego, pois foram anos acalentando que o meu cabelo é natural, que os cachos nas pontas são naturais, para chegar uma meia profissional e dizer que ele tem progressiva. Me poupe.

Como resultado disso, cortei um palmo de comprimento do cabelo, repiquei, fiz uma franja que ficou horrorosa e que me obrigou a mudar o lado que divido o cabelo, agora da direita para a esquerda. Por que por incrível que pareça ficou melhor assim, acontece que isso é uma grande mudança.

Mas o pior de tudo é que depois de todo este sofrimento ninguém reparou que eu cortei o cabelo. =D

3 comentários:

  1. Gostei dos fatos apresentados, concordo com todos... E até para cortar cabelo agora precisamos de alguém que saiba realmente do assunto.

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  2. Agora qualquer pessoa pode se chamar de cabeleireiro e arrumar um salão, não que eu julgue, mas conheço pessoas que nunca fizeram um curso se quer e sabem repicar e cortar uma franja melhor que muita gente.

    É sempre uma desgraça achar um salão bom.

    Adorei o blog e quero saber todas as novidades! Já estou seguindo. Espero que curta o meu!
    www.pronomeinterrogativo.com

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  3. Eu sempre tive que ouvir nos salões: Vc tem tintura? até que um dia eu fui em um para o pentendo da formatura (caro, mas bom), e falei que não tinha tintura, sem nem ela pergunta ( achando que ela iria perguntar), foi quando ela respondeu. "Eu sei, dá para saber só de tocar".

    Ou seja, quando o cabelereiro é bom ele sabe diferenciar essas coisas básicas, e se não conseguir nem adianta tentar o resto.

    Beijos!

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